segunda-feira, 6 de abril de 2009

21 de Abril: os movimentos sociais mineiros se encontram em Ouro Preto

A histórica cidade de Ouro Preto será novamente a terra da liberdade. Na data de Tiradentes, 21 de abril, os movimentos sociais de Minas vão se encontrar mais uma vez para celebrar uma nova conjuração. Desta vez, o objetivo do encontro na cidade dos Inconfidentes será manifestar que: COM AÉCIO, MINAS NÃO RESPIRA LIBERDADE.

Mostrar que a Minas real é muito diferente das fantasias divulgadas pelo governo do estado ao custo de uma milionária publicidade. Alertar que áreas como saúde, saneamento, educação, energia e segurança não são prioridade de Aécio Neves. Informar que o “choque de gestão”, implantado em Minas, é uma farsa e vem trazendo resultados apenas para os investidores estrangeiros, deixando de lado os interesses do povo.

Sempre foi uma tradição das organizações populares mineiras se manifestarem neste dia em Ouro Preto, fazendo um contraponto ao ato oficial organizado pelo governo estadual. Como este ano o governador Aécio Neves pretende fazer do evento uma atividade de lançamento da sua campanha como candidato à presidência da República, as entidades resolveram se colocar do outro lado da praça para expor a indignação com a forma autoritária que Minas vem sendo governada.

A atividade está sendo organizada pelo Fórum Social e Sindical, uma união de sindicatos e organizações populares, lançado em novembro do ano passado. Dezenas de entidades já aderiram e cada uma levará sua reivindicação para Ouro Preto. O objetivo é denunciar o desmantelamento da estrutura do Estado feita nos anos de governo tucano.

No manifesto de lançamento do Fórum, as entidades alertam que “não podemos mais esperar, resignados, que o nosso Estado, tradicional na defesa da liberdade, volte sua atenção para os interesses da sociedade. É preciso construir uma gestão democrática, que beneficie a população e, sobretudo, volte a dar espaço para a liberdade”.Procure a sua entidade. Caravanas vão sair de Belo Horizonte e outras cidades no dia 21 e abril. Leve sua bandeira, faixa e proteste!

Abaixo, o manifesto de fundação do Fórum Sindical e Social :


Minas, teu outro nome já foi liberdade


Os trabalhadores de Minas Gerais vêm a público denunciar o desmantelamento da estrutura do Estado em benefício de um projeto político pessoal, que vem acarretando um retrocesso histórico com osucateamento de empresas e órgãos público como a Cemig, a Copasa, o Ipsemg e de outros importantes patrimônios do povo mineiro.

Na saúde, a qualidade dos serviços e as condiçõesde trabalho estão tão precárias pela falta de investimentos que até o Ministério Público do Trabalho repassou verbas para tentar minimizar problemas estruturais de algumas unidades. Os hospitais sofrem com superlotação, falta de equipes e de instalações para atendimento à população.

Na educação, após décadas de luta pela valorização do magistério, presenciamos o governador de Minas Gerais se aliar a outros para impedir que o piso nacional de R$ 950,00 dos professores seja implantado.Na área de segurança, os investimentos divulgados pelo governo estão muito aquém das necessidades verificadas. São 14,3 homicídios dolosos para cada 100 mil habitantes e há superlotação em cadeias públicassob controle da Polícia Civil.

Enquanto isso, o governador Aécio Neves viaja numa sutil campanha eleitoreira e a sociedade fica trancada em suas casas com medo da violência nas ruas.A Cemig propõe cortes nos postos de trabalho, precarizando a prestação de serviços através da terceirização. Uma posição totalmente oposta aos lucros que vem apresentando há vários anos. Vale salientar que, em 2008, a empresa deve obter o maior lucro de sua história, cerca de R$ 2 bilhões.

Já a Copasa, que fornece um serviço essencial à saúde da população, tem voltado seus interesses para as ações na Bolsa de Valores, deixando de investir em municípios que não dão lucros. A política adotada na empresa é discriminação de idade através da demissão de trabalhadores concursados, enquanto contrata assessores sem concurso público com altos salários. Ela beneficia ainda grandes construtoras com a prorrogação de contratos.

Como se não bastasse, o governo Aécio Neves investe em práticas anti-sindicais que ameaçam os direitos e a liberdade de expressão dos trabalhadores. Exemplo disso são os ataques que o sindicatos vêm sofrendo com perseguição aos diretores, falta de agenda para reuniões de negociação, controle de informações, uso do poder da política contra as manifestações e processos judiciais. Tudo isto, visando o desmantelamento dos sindicatos.

Cabe denunciar que, enquanto as empresas públicas mineiras gastam milhões de reais em publicidade, a população amarga faturas altíssimas de energia e de água. Esses mesmos cidadãos são impedidos de terem acesso a informações fundamentais de toda natureza devido ao silêncio incompreensível dos meios de comunicação.

Nós, entidades sindicais, nos vemos na obrigação de alertar que o interesse público relevante como saúde, saneamento, educação, energia e segurança não está sendo prioridade neste governo.O “choque de gestão” implantado em Minas vem trazendo resultados apenas para os investidores estrangeiros e deixando de lado os interesses do povo mineiro. Não podemos mais esperar, resignados, que o nosso Estado, tradicional na defesa da liberdade, volte sua atenção para os interesses da sociedade. E preciso construir uma gestão democrática, que beneficie a população e, sobretudo, volte a dar espaço para a liberdade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário